quinta-feira, 4 de agosto de 2011

O Código do amor

Como foi descoberto o código medieval do amor cortês? Reza a lenda que um cavaleiro bretão entrava na floresta para procurar o rei Arthur, quando encontrou uma fada que lhe disse: “eu sei o que vós procurais; só o encontrareis com minha ajuda. Vós haveis solicitado amor de uma dama bretã e ela exige de vós trazer-lhe o célebre falcão que repousa sobre uma larga vara na corte de Arthur. Para obter este falcão, é necessário provar pelo sucesso num combate que vossa dama é mais bela que qualquer outra das damas amadas pelos cavaleiros que estão nessa corte”. Após algumas aventuras, o cavaleiro encontra o falcão numa vara de ouro. Uma pequena corrente pendia de sua pata, trazendo na ponta o manuscrito do código do amor, com trinta e um artigos.

1.                A alegação de casamento não é uma desculpa legítima contra o amor.
2.                Quem não sabe esconder, não sabe amar.
3.                Ninguém pode se dar a dois amores.
4.                O amor pode sempre crescer ou diminuir.
5.                Não tem sabor o que o amante obtém, por força, do outro amante.
6.                Geralmente o macho ama apenas na puberdade.
7.                Prescreve-se a um dos amantes, pela morte do outro, uma viuvez de dois anos.
8.                Ninguém pode ser privado, sem razão mais que suficiente, de seu direito de amar.
9.                Ninguém pode amar se não estiver empenhado pela persuasão de amar e pela esperança de ser amado.
10.               Geralmente o amor é expulso de casa pela avareza.
11.               Não convém amar aquela que se teria vergonha de desejar em casamento.
12.               O amor verdadeiro só tem desejo de carícia vinda daquela que ele ama.
13.               O amor divulgado raramente dura.
14.               O sucesso muito fácil retira cedo o encanto do amor.
15.               Toda pessoa que ama empalidece à vista do que ela ama.
16.               À visão imprevista de quem se ama, treme-se.
17.               Amor novo afugenta o antigo.
18.               Apenas o mérito torna digno o amor.
19.               O amor que se apaga cai rapidamente e raramente se reanima.
20.               O amoroso é sempre temeroso.
21.               Pelo ciúme verdadeiro a afeição de amor cresce sempre.
22.               Da suspeita e do ciúme que dele deriva cresce a afeição de amor.
23.               Menos dorme e come aquele que está cercado por pensamentos de amor.
24.               Toda ação do amante leva-o a pensar em quem ama.
25.               O amor verdadeiro só julga bom o que sabe que agrada ao que ele ama.
26.               O amor não pode recusar nada ao amor.
27.               O amante não pode saciar-se do gozo do que ele ama.
28.               Uma frágil presunção faz com que o amante suspeite coisas sinistras de quem ele ama.
29.               O hábito muito excessivo dos prazeres impede o nascimento do amor.
30.               Uma pessoa que ama está ocupada assiduamente e sem interrupção pela imagem do que ela ama.
31.               Nada impede que uma mulher seja amada por dois homens e um homem por duas mulheres.



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