quinta-feira, 4 de agosto de 2011

Campo de Eros

Amor: esta palavra acende uma lua no peito, e tudo mais se esfuma e testemunho: eis que Amor deixou ferida cada coisa que tocou. E tudo dele fala: a mesa, a cama, (como abrasa este hálito de chama!), o bar, cadeiras, livros e paredes vivem, revivem: de fomes e sedes a corpos saciados. Tudo fala, tudo conta. Só a boca é que se cala. Amor. Do extinto pássaro, o vôo prossegue, inexorável. Mas perdôo, eu, essa lâmina que me escalavra, revolve em mim, em sua funda lavra, amor, restos de amor, gestos quebrados, enganos, mais amor, olhos magoados, e fúria, e canto, e riso, e dança, e dor, e a Quimera.
E amor, amor, amor por toda parte trucidado e em flor. 

Nenhum comentário:

Postar um comentário